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Pobres Criaturas é cômico, bizarro e brilhante

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Atualizado: 25 de jan.

Depois de Pobres Criaturas levar pra casa diversos prêmios como Globo de Ouro, Emmy e agora sendo o segundo mais indicado no Oscar 2024, o Blog Pippoca estava ansioso para conferir esse filme. Finalmente a convite da Disney assistimos a produção que chega aos cinemas brasileiros no dia 1º de fevereiro. Confira o que achamos!

O filme narra a história de Bella Baxter, uma mulher grávida que foi resgatada perto da morte pelo cientista Dr. Godwin Baxter, para salvá-la, ele faz um experimento arriscado, implanta o cérebro do feto em Bella. A cirurgia foi um sucesso e agora o cientista acompanha o desenvolvimento diário de uma adulta com cérebro de bebê e observa descobertas incríveis, Bella então se mostra aventureira e livre de preconceitos. Se você já conhece os outros filmes de Yorgos Lanthimos já está acostumado com suas produções criativas, bizarras e cômicas, e pode esperar algo parecido em Pobres Criaturas.

Yorgos Lanthimos e Tony McNamara já são figurinhas carimbadas no Oscar por seus roteiros bizarros, extremamente criativos e com um humor cínico que dá gosto de ver, e com Pobres Criaturas não foi diferente. Ao longo do filme você pensa “de onde saiu essa ideia?” e a cada diálogo você reconhece a brilhante ideia por trás do filme ao colocar uma mulher adulta com o cérebro de criança e através disso criticar a “sociedade polida”, como citada no próprio filme. Por meio de cenas cômicas e diálogos sinceros de Bella você reflete sobre o que nos tornamos e o que a sociedade se tornou, porque adoramos a sinceridade das crianças, mas perdemos ela ao longo dos anos.

Há um número exagerado de cenas explícitas de nudez e sexo que podem causar incômodos na sala de cinema, mas Emma Stone ao ser perguntada sobre isso explicou que o número exagerado de cenas de sexo têm a ver com ser fiel a experiência de Bella, pois o sexo é uma grande parte de descoberta e crescimento da personagem, como é para a maioria das pessoas também. Acredito que o filme será ainda mais impactante para as mulheres, ou seja, para quem foi mais “polida” e reprimida pela sociedade, mas fará os homens refletirem também. Esperava um outro desfecho para a história, pois com um enredo tão bizarro, para mim o desfecho foi óbvio demais se tratando de Yorgos Lanthimos. É difícil escolher qual é o melhor filme do diretor, é possível notar muitas referências de A Favorita no longa, mas creio que Pobres Criaturas foi o auge do brilhante trabalho do roteirista e diretor.

Emma Stone já esteve presente em outros filmes do diretor, mas em Pobres Criaturas foi onde ela mais brilhou. É incrível ver como a atriz se desprendeu de tudo e simplesmente encarnou uma criança que estava aprendendo a falar, andar, comer e sentir. Mesmo nas cenas de sexo, Emma Stone se mostrou desprendida de tudo e comprometida em viver o processo de crescimento de sua personagem, deixando de lado qualquer tipo de vergonha sobre seu corpo. Mark Ruffalo faz par romântico com Emma Stone, apesar de uma bela atuação, Mark não chegou nem perto do desempenho da atriz, mas conseguiu conquistar o público. Willem Dafoe e Ramy Youssef também entregam um brilhante trabalho como Dr. Godwin e Max. É realmente difícil falar das outras atuações quando Emma Stone simplesmente roubou o brilho de toda a produção, mas claramente sua ótima atuação não seria tão boa se não contasse com um elenco do mesmo nível. 

Pobres Criaturas não é um filme que irá agradar a todos, mas merece e muito as suas 11 indicações ao Oscar 2024 e todos os prêmios que já levou para casa. Está cada vez mais difícil encontrar roteiristas capazes de criar algo totalmente novo, com a avalanche de produções feitas pelos streamings, escrever um roteiro inédito é sinal de talento e Tony McNamara fez exatamente isso. Emma Stone com certeza é uma das maiores atrizes atualmente e se havia dúvidas, depois de Pobres Criaturas não há mais. A produção merece ser vista e tem potencial para desbancar os favoritos Barbie e Oppenheimer no Oscar.

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Fonte: Pippoca

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