Através da obra, composta por 39 crónicas e contos, o autor convida aos leitores a uma reflexão sobre as raízes da identidade moçambicana, com uma série de questionamentos sobre o passado, o presente e o futuro do País e da sociedade. O título “Moçambicanamaniamente” é uma metáfora que Florentino escolheu para designar a mania moçambicana de mentir ou de pensar.
“Mentimo-nos a nós mesmos e à sociedade quando, por exemplo, não aceitamos o nosso EU”. “Temos que estudar as nossas tradições. Há Países que já estão a caminhar nesse sentido. E nós, de que estamos à espera? Não esperemos que alguém nos venha dizer. Temos de tomar a iniciativa. Temos a mania de seguir ou fazer o que os outros querem. Vendemos o nosso EU”, disse Florentino Kassotche, cujo livro levanta, também, questões pertinentes que remetem o leitor à introspecção num mundo globalizado.
Por seu turno, Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica, realçou a ousadia e irreverência na escrita que caracteriza o autor de “Moçambicanamaniamente”. “É alguém que tem a virtude de escrever de uma forma que nos deixa sem saber para onde ele quer ir”.
Florentino Dick Kassotche, de seu nome completo, nasceu na província de Tete e estreou-se na literatura em 1996, com o livro “Confabulâncias e a Estória da Morte Anunciada”.
Em 1999 publicou “A Globalização: os Receios dos Países em Vias de Desenvolvimento”, obra publicada em duas versões, inglês e espanhol. Em 2005 publicou “Inventário Passional”, que foi traduzido para o espanhol, e publicado na Espanha em 2009. Em 2007 lançou ” Sem Ti”.