Informações avançadas ontem, por ocasião da realização da Reunião Anual de Planificação do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) indicam que será também introduzida a matriz de desempenho que estabelece metas e objectivos que devem ser alcançados pela empresa como um todo, mas também por cada administrador.
Significa que doravante, segundo o IGEPE, cada administrador financeiro terá objectivos e metas, o mesmo sucedendo com o sector comercial e outros quadros ligados à gestão das empresas participadas pelo Estado.
Raimundo Matule, administrador-executivo da IGEPE, explicou que esta matriz de gestão será a base da avaliação do desempenho, primeiro da empresa como um todo e depois de cada membro do conselho de administração das unidades produtivas.
O encontro tido lugar na capital do país, também se centrou na análise da reestruturação das empresas que compõe a carteira do IGEPE, num total de 99 empresas, das quais 43 em operação e as restantes em liquidação e dissolução.
Analisou ainda a revisão do quadro legal do sector empresarial do Estado, reforço dos mecanismos de supervisão e controlo e o aumento da receita de capital nas empresas participadas.
Relacionado com o reforço dos mecanismos de supervisão e controlo, Raimundo Matule explicou que as empresas participadas precisam de consolidar as contas.
“Queremos debater ainda o processo de organização do relatório e contas das empresas. O que está a acontecer é que as empresas apresentam relatórios e contas fora do período legalmente estabelecido que é durante os três meses imediatamente a seguir ao fecho do exercício”, indicou o Matule.
No seu entender, para as empresas poderem cumprir com este dispositivo legal há um conjunto de procedimentos que devem observar, daí que se esperava que o encontro de ontem ajudasse a estabelecer um calendário com responsabilidades definidas.
Outro ponto que fazia parte da agenda é a gestão de risco das empresas. Sobre a matéria, Matule explicou que as empresas enfrentam diversos tipos de risco – comercial, ambiente de negócios e, acima de tudo, fiscal.
“Sendo empresas do Estado que recebem recursos públicos é preciso que elas sejam capazes de se dotarem de mecanismos para controlar esse risco fiscal de maneira que não resulte em sobrecarga para o Orçamento do Estado. Aqui vamos falar do endividamento das empresas até os contratos de retro cessão de fundos do Estado”, explicou a fonte.
Defende ainda que para que cumpram com os objectivos pretendidos as empresas devem dotar-se de um plano de negócios que é o principal instrumento na base do qual vai-se estabelecer os parâmetros, indicadores, metas e os objectivos de desempenho.
“Acontece que muitas empresas não têm sequer o plano de negócios. Vamos procurar debater a importância do plano de negócios porque é a partir deste que se vai produzir os planos anuais e os orçamentos das empresas”, indicou o Raimundo Matule.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/70660-igepe-introduz-contratos-de-gestao-a-partir-de-2018.html