Revista Tempo

INGC capacita camponeses em conservação de excedentes

Camponeses capacitados em conservação de excedentes, gestão de água e educação financeira

Camponeses dos distritos desérticos e áridos serão ensinados a conservar e poupar alimentos, bem como a usar água de forma racional. O projecto, que pretende fazer com que os agricultores não passem fome durante a seca, é uma iniciativa do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). A formação dos camponeses está inserida na campanha nacional de sensibilização comunitária sobre as boas práticas de conservação, consumo, poupança de alimentos e água nas zonas áridas e semi-áridas. O director-geral do INGC, João Osvaldo Machatine, defende que as populações devem ser ensinadas a gerir a sua produção agrícola, de modo a que não passem fome durante as épocas de estiagem. “É importante que consigamos garantir que a produção agrícola não só sirva para o nosso consumo, como também para a nossa auto-suficiência a longo tempo. Para que este objectivo se concretize, nós temos que capacitar as nossas comunidades no processo de conservação destes produtos alimentares. Não basta ter os produtos e armazenar, é importante saber conservar. o INGC, com os parceiros e outros sectores, desenvolveram componentes técnicas de conservação destes produtos e são estas ferramentas que iremos mostrar e ensinar às populações”, disse o director-geral do INGC. Os camponeses também serão ensinados a conservar e gerir melhor a água que têm, assim como a reaproveitar a água da chuva. João Machatine explicou que a iniciativa visa ainda criar a auto-suficiência das comunidades, de modo a que não sofram com as mudanças climáticas, evitando deste modo que peçam ajuda sempre que haja seca. Nesta campanha, também será privilegiada a educação financeira. As comunidades serão ensinadas a guardar o seu dinheiro, através dos sistemas financeiros que forem mais acessíveis às comunidades. “Chamamos atenção à comunidade que não basta só comercializar a produção e ficar com o dinheiro. É preciso que as comunidades tenham a cultura de poupança daquilo que rendem com a comercialização destas hortícolas. Com os valores acumulados na poupança, os agricultores poderão usar o dinheiro para suprir qualquer dificuldade que tenham no futuro”, destacou Machatine. Esta campanha foi oficialmente lançada na localidade de Matsequenha, no distrito de Namaacha, que na época passada foi dos mais assolados pela seca, na província de Maputo. Para Suzete Dança, administradora do distrito de Namaacha, esta campanha vai ajudar a tornar as comunidades mais resilientes aos efeitos climáticos. Aliado à campanha, estão a ser abertos furos de água multiuso. Namaacha é um dos distritos que estão a ser contemplados pela abertura dos furos, facto que aliviou em parte o sofrimento da população local. “Estes furos multiuso vieram minimizar o sofrimento da comunidade. As populações bebem a água de lá, o gado também encontra o seu espaço. As comunidades são capacitadas sobre algumas técnicas para usar aqueles espaços em volta dos furos para a produção agrícola. Em Matsequenha, podemos observar a horta comunitária, que já dá rendimento aos camponeses”, disse a administradora. O INGC ofereceu à comunidade de Matsequenha 45 quilogramas de sementes diversas, para impulsionarem a produção. A campanha de sensibilização comunitária irá abranger as províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica e Tete. Em cada uma destas províncias, foram escolhidos três distritos para a intervenção, totalizando 18 distritos em todo o país. A campanha de sensibilização privilegia os distritos áridos e semi-áridos do país, com tendência a sofrer os efeitos das mudanças climáticas.

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