BMI prevê baixo crescimento do sector bancário moçambicano neste semestre

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Aumento dos empréstimos a clientes deverá ser de 17,5% em 2018 e 2019, abaixo da média de 27,7% registada entre 2008 e 2016

A consultora BMI Research antevê um segundo semestre de crescimento baixo no sector bancário moçambicano, que deverá recuperar mais significativamente a partir de 2018, mas ainda abaixo dos valores registados antes da crise da dívida, segundo escreve a Lusa. “A perspectiva de evolução do sector bancário comercial em Moçambique está mais positiva do que as indicações do início do ano, devido ao crescimento económico maior que o esperado inicialmente e por a inflação estar mais controlada”, escrevem os analistas da BMI. Na análise, a que a Lusa teve acesso, a BMI Research escreve que “os activos do sector bancário deverão crescer 7% este ano” e acrescenta que o aumento dos empréstimos a clientes deverá ser de 17,5% em 2018 e 2019, “ficando abaixo da média de 27,7% registada entre 2008 e 2016”. Para justificar o crescimento do crédito, a BMI lembra que o sector da construção civil “foi mais resiliente do que as expectativas” que tinha no seguimento da crise da dívida.  “A crise actual tinha feito com que, inicialmente, prevíssemos um declínio no investimento nas infra-estruturas do país, mas os resultados do primeiro trimestre mostram que as construtoras são mais resilientes ao risco soberano do que tínhamos imaginado”, diz a consultora. Isto, diz a BMI citada pela agência, “oferece aos bancos uma importante fonte de procura de crédito, numa altura em que as outras oportunidades não abundam, sublinhando a retoma modesta nos empréstimos nos próximos meses”. A previsão de crescimento do crédito concedido pelos bancos neste e nos próximos dois anos, no entanto, não significa que o país esteja livre de perigo, dizem os analistas, lembrando que “as instituições financeiras vão continuar a enfrentar ricos que podem minar as previsões, nomeadamente no que diz respeito à actual crise orçamental”. Para a BMI, “o facto de as negociações com os credores ainda não terem começado mostra que existe um risco substancial de as reuniões não darem em nada, atrasando o envolvimento do Fundo Monetário Internacional (FMI)”. A degradação “do sentimento dos investidores que surgiria depois de um falhanço nas negociações, pode fazer acabar a valorização do metical, o que manteria a inflação e as taxas de juro altas, o que por sua vez fará abrandar a recuperação dos empréstimos”, conclui a BMI.  

Fonte: O Pais -Economia

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