Revista Tempo

Quase metade das mães moçambicanas não dá leite materno exclusivo aos bebés

Isaura Nyusi dirigiu cerimónias centrais do lançamento da Semana Mundial de Aleitamento Materno Exclusivo

No banco de espera do Centro de Saúde do Albazine, Hadija Sulemane aguarda a sua vez para fazer o controlo do peso do seu bebé. Entre choros que ecoam no ambiente da pediatria, a voz de uma nutricionista lembra às mães a importância do aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de vida. Foi assim, ontem, no Centro de Saúde do Albazine, periferia da cidade de Maputo. E assim será nos próximos sete dias, durante a Semana Mundial de Aleitamento Materno Exclusivo. A campanha lançada pelo sector da saúde visa incentivar as mães a darem apenas leite do peito aos filhos, nos primeiros seis meses de vida. O leite materno é saudável, protege o organismo contra doenças, pode reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição crónica. “Dos zero aos seis meses, as crianças devem alimentar-se de leite materno, porque contém água e vitaminas”, disse Hadija, uma “mãe de primeira viagem” de 22 anos de idade, para quem o valor do aleitamento materno foi explicado durante as consultas do pré-natal. Mas, em Moçambique, quase metade das mães não dão exclusivamente leite materno aos seus bebés. No país, “apenas quarenta e três por cento das crianças abaixo dos seis meses são amamentadas com leite materno exclusivo e somente 18 por cento das crianças dos seis aos nove meses recebem alimentação complementar adequada, que permite que seus corpos e suas mentes floresçam”, afirmou o representante do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), Marcoluigi Corsi. Problema com resolução lenta Entre 2011 e 2015, a percentagem de mães de deram leite materno exclusivo aos bebés aumentou de 43 para 55 por cento. Mas os números ainda estão longe do desejado, segundo explicou a ministra da Saúde, Nazira Abdula. “Moçambique tem taxas que estão a subir muito devagar. Vamos continuar a aumentar as nossas taxas. Neste momento, apenas 55 por cento das nossas mães fazem o aleitamento materno exclusivo. mas nós queremos aumentar estas taxas e, com a ajuda de todos, vamos conseguir fazer isso, explicando também por que é bom fazer o aleitamento materno”, disse Abdula. Se as crianças forem amamentadas na primeira hora após o nascimento, durante os primeiros seis meses de vida de forma exclusiva e continuada até aos dois anos, cerca de 800 mil vidas podem ser salvas a cada ano, em todo o mundo. “Nenhum país pode crescer sem investir na boa nutrição”: Primeira-dama Isaura Nyusi foi quem dirigiu as cerimónias centrais do lançamento da Semana Mundial de Aleitamento Materno Exclusivo, que decorre entre os dias 1 e 7 de Agosto corrente, sob o lema “Sustentando a amamentação juntos”. De acordo com a primeira-dama, “está provado que nenhum país pode crescer sem ser produtivamente forte, se não priorizar a agenda na nutrição, pois a produção e nutrição fazem uma combinação inseparável”, recordando que “com boa nutrição, as crianças têm três vezes mais chances de estarem livres da pobreza quando adultas”.  

Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html

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