Na sua estratégia para Moçambique recentemente aprovada, a instituição financeira multilateral estima que os referidos investimentos venham a atingir 7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022-23.
“Todavia, estes megaprojectos de capital intensivo podem agravar ainda mais o actual padrão de desenvolvimento de Moçambique em que o crescimento rápido não tem aumentado as oportunidades de emprego”, alerta.
A instituição financeira multilateral considera, contudo, que Moçambique se está a preparar para o novo ambiente caracterizado pela abundância de recursos, bem como pelo desenvolvimento de uma economia mais diversificada e produtiva, conclusões apoiadas, entre outros, pelo Plano Quinquenal do Governo 2015-2019 e consultas com os parceiros nacionais e internacionais.
No seu diagnóstico concebido para avaliar os principais constrangimentos e oportunidades com que Moçambique se depara à medida que o País se esforça para suster um crescimento robusto e estabilidade macroeconómica, o Banco Mundial realça que há necessidade de se preparar para uma situação em que a população é cada vez mais jovem.
“Moçambique encontra-se numa fase de transição demográfica, com elevadas taxas de fecundidade e redução dos níveis de mortalidade infantil, o que contribui para que, de forma crescente, a sua população seja jovem. Na ausência de mudanças estruturais na economia será um desafio encontrar emprego produtivo para os novos indivíduos que entram para o mercado de trabalho e, por outro lado, os serviços sociais são susceptíveis de se tornarem cada vez mais sobrecarregados”, adverte.
Apesar das perspectivas positivas de crescimento, o Banco Mundial refere que a crise da dívida está a colocar as previsões fiscais sob enorme pressão.
De acordo com o Banco, os empréstimos previamente não declarados mudaram o cenário fiscal de Moçambique em que o maior serviço da dívida, os cortes no apoio dos doadores e a falta de espaço para contrair empréstimos reduziram a margem de manobra fiscal.
“As revelações resultaram na suspensão do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do apoio dos doadores ao orçamento, bem como na revisão e resposta no âmbito da política de empréstimos não concessionais da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) ”, considera.
O Banco Mundial sustenta que estas fontes financiavam 6 por cento do Orçamento, em média, nos últimos três anos ( cerca de 2 por cento do PIB).
As dívidas adicionais, prossegue, e a consequente depreciação da moeda também significaram uma subida acentuada das obrigações do serviço da dívida, potencialmente adicionando outros 2 por cento do PIB ao serviço da dívida por ano.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/69862-segundo-o-banco-mundial-industria-extractiva-decisiva-para-receitas-publicas.html