A CONFIANÇA dos empresários, avaliada pelo indicador do clima económico, aumentou ligeiramente em Maio, interrompendo a tendência decrescente registada no primeiro trimestre do ano, mas ainda assim continuando abaixo dos níveis registados em igual período de 2016.
Segundo Banco de Moçambique, a melhoria recente do indicador foi explicada pela avaliação em alta de todas as componentes, com excepção das expectativas de preços que reduziram substancialmente.
A apreciação favorável do clima de negócios foi determinada pela opinião optimista dos empresários de todos os sectores inquiridos, com a excepção do sector da indústria transformadora, que registou uma ligeira queda no mês, estando em linha com os dados apresentados no PIB do primeiro trimestre, que mostram uma contracção da produção neste sector.
Entretanto, nos meses de Abril e Maio de 2017 voltou-se a observar um abrandamento da inflação, com os preços internos, mensurados pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique, a aumentarem em apenas 0,75% (abaixo da inflação de 2,11% registada no período de Fevereiro a Março).
Este incremento dos preços elevou a inflação acumulada para 5,09%, mas ainda assim abaixo do observado em igual período de 2016 (8,47%), reforçando assim as perspectivas de refreamento das pressões inflacionárias. Com efeito, apesar de ainda se manter a um nível elevado, a inflação anual abrandou de 21,57%, em Março para 20,45% em Maio (18,27% no período homólogo de 2016).
“Entretanto, a inflação média anual reforçou a sua trajectória ascendente ao fixar-se em 22,33% (8,60% em Maio de 2016)”, lê-se no comunicado divulgado esta semana no final da reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique.
A desaceleração da inflação anual foi determinada fundamentalmente pelo abrandamento dos preços dos produtos alimentares, cuja inflação anual passou de 26,36% em Março para 22,68% em Maio, reflectindo a maior oferta de produtos agrícolas nos principais mercados, em virtude de condições climáticas favoráveis para a produção de frutas e vegetais, cujos preços reduziram em 10,1% nos últimos dois meses.
Destaca-se também o declínio dos preços dos cereais como o milho (-52,5%) e das oleaginosas como o feijão (-11,6%) e o amendoim (-12,4%), que foram favorecidos pelos efeitos positivos da trégua do conflito militar na zona centro do país, que permitiu escoar a produção para os principais mercados urbanos, assim como a queda do preço do arroz em 1,99%, em virtude da apreciação do Metical face ao dólar norte-americano.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/69658-segundo-banco-central-optimismo-eleva-indicador-do-clima-economico-no-pais.html