Nesse âmbito, o Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) assinou memorandos de entendimento com 39 intervenientes da cadeia de comercialização agrícola, incluindo 14 unidades de agroprocessamento e dois operadores da área de transporte marítimo e rodoviário.
Estes dados foram apresentados ontem durante a visita que o Presidente da República efectuou ao Ministério da Indústria e Comércio (MIC), de que é tutelado o ICM. Filipe Nyusi deixou na ocasião a recomendação de se vender o produto nacional. “Temos que mostrar sucesso nesta campanha (agrícola) e sermos sustentáveis rapidamente, sobretudo nos cereais, hortícolas, frutas e frango”, pronunciou-se.
O Chefe de Estado foi informado que se assiste a uma reacção positiva do sector industrial, que está a substituir o processamento de cereais e oleaginosas importadas por matérias-primas nacionais. Ademais, tendo em conta a vulnerabilidade de algumas zonas fronteiriças o ICM irá visitar alguns países vizinhos, como o Malawi, Zimbabwe e Tanzania, com a finalidade de assegurar a formalização das transacções que ocorrem nestas zonas de modo a evitar a obstrução do mercado e comercialização agrícola nacional.
“É necessário monitorar a entrada do milho porque não faz sentido que importemos quando estamos a exportar. Temos também que defender a nossa economia sem sacrificar os moçambicanos, porque não faz muito sentido, por exemplo, interditar a importação de frango quando o nacional é muito caro”, reagiu Nyusi.
Durante a visita, o Presidente Nyusi deslocou-se ao edifício-sede do ministério, os institutos de Propriedade Industrial (IPI), para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), de Normalização e Qualidade, a Direcção Nacional da Indústria (DNI) e a Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM).
O Chefe do Estado orientou ainda um Conselho Consultivo Alargado do Ministério, onde o respectivo ministro, Max Tonela, apresentou um informe sobre as realizações do sector no período entre 2015 e 2017 e que, entre outros aspectos, realçou que o mesmo foi impulsionado pelo aumento do volume de produção do tabaco, do subsector alimentar e do consumo.
Segundo Max Tonela, no global, o sector industrial contou com um total de 50.273 trabalhadores no final de 2015; 46.395 postos de emprego no final do ano passado e 47.705 no primeiro semestre de 2017.
Em resultado da entrada em funcionamento de várias unidades de média e grande dimensão, ainda segundo o ministro, espera-se que as taxas de crescimento no sector sejam superadas.
O ministro apontou, por outro lado, a existência de produtos contrafeitos e o contrabando traduzidos na entrada de produtos competitivos sem o pagamento de direitos ou impostos como um desafio.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/69667-cereais-prevista-comercializacao-de-3-7-milhoes-de-toneladas.html