Arrancaram, ontem, em todo o país, os exames extraordinários, que este ano contam com cerca de 60 mil candidatos que pretendem obter o certificado da 12ª classe sem frequentar a classe.
Visitámos dois dos oito centros criados na cidade de Maputo, nas escolas secundárias Josina Machel e Quisse Mavota, onde o processo iniciou sem casos de fraude. Apesar de considerarem os exames acessíveis, os candidatos ouvidos pelo “O País” mostraram-se apreensivos com os resultados. Um deles é Ermelinda Massingue, que pela terceira vez prestou o exame de Filosofia. “O exame foi acessível, mas, como sabe, as opções de resposta são muito parecidas e é fácil confundir-se. O exame foi fácil, mas eu não estava bem preparada. Não sei qual será o resultado, se for negativo, vou continuar a tentar”, disse.
Beatriz Mugabe, outra candidata, considerou fáceis os exames do primeiro dia. “Eu vou fazer todos os exames da secção de letras. O de Português foi muito fácil, o de Filosofia também. E pela preparação que estou a ter, espero ter bons resultados”.
Visto que, nos anos anteriores, os exames extraordinários eram marcados por fraudes, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano introduziu aparelhos detectores de electrónicos e metais para reforçar a segurança, uma vez que a maior parte das fraudes era feita com recurso a telemóveis.
No arranque dos exames, a Escola Secundária Josina Machel teve pelo menos 65 ausências, mas nenhum caso de fraude. “Esperamos que continue assim. Apelamos a que os alunos não tragam objectos proibidos e cheguem cedo, para reduzir as ausências”, apelou o director, Orlando Dimas.
Já na Quisse Mavota, que no ano passado foram detectados 60 celulares, os candidatos não são autorizados a entrar com pastas ou bolsas no recinto escolar. “A segurança está garantida e o processo vai decorrer sem sobressaltos”, garantiu o director, Sebastião Massingue.
Os exames extraordinários terminam na sexta-feira e os resultados poderão ser publicados três semanas depois.
Pela primeira vez, este ano, os exames acontecem somente para o 12ª classe, depois do governo ter tomado a decisão de abolir os exames da 10ª classe, que se realizaram durante 13 anos, alegando redução do número de candidatos e elevados custos para a sua elaboração.
Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html