Obras do aqueduto da barragem de Curramana estão a 70% de execução
As obras do aqueduto que deverá levar água da barragem de Corumana até ao centro distribuidor da Machava, numa extensão de 95 km, estão a 70% de execução, devendo estar prontas em Dezembro. A partir do início do próximo ano, começa a ser injectada água, mesmo antes de estar pronta a Estação de Tratamento de Sábiè, cujas obras ainda não iniciaram.
“Vamos usar módulos para irmos tratando a água que virá (da barragem) de Corumana, sempre tendo em atenção que a captação na Corumana, por si só, não vai exigir um tratamento tão profundo, e poderemos meter a água na rede usando outro tipo de tratamento que não é de emergência. mas é preliminar, enquanto não temos a estação de tratamento pronta”, esclareceu Carlos Martinho Bonete, ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, que na última sexta-feira visitou o projecto.
Desde 2010 que se fala da barragem de Corumana – que fica a 140 km da cidade de Maputo – para o reforço do fornecimento de água na região do Grande Maputo, entretanto, só no ano passado começaram acções concretas, depois da seca que afectou a barragem dos Pequenos Libombos, única fonte de abastecimento às cidades de Maputo, Matola e vila de Boane.
O projecto da Estação de Tratamento de Sábiè ainda está na fase de concurso público, ainda assim, há previsão de que esteja operacional em meados de próximo ano. Com tudo pronto, começarão novas ligações, as quais contemplarão mais de 600 mil pessoas, em Maputo, Matola e a zona de expansão do distrito de Marracuene.
Numa primeira fase, deverá processar 60 mil metros cúbicos por dia e vai subir, depois, até à capacidade máxima de 120 mil metros cúbicos. No total, são mais de 146 milhões de dólares que estão a ser investidos, desembolsados pelo Banco Mundial, Holanda e governo de Moçambique.
Apesar dos esforços em curso, o acesso à água potável continuará longe de satisfazer a população. Ora vejamos, só a cidade de Maputo conta com cerca de 1 800 000 habitantes, 45 por cento dos quais beneficiam do fornecimento de água potável, segundo a empresa Águas da Região de Maputo. No Grande Maputo, o Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos diz que 57% da população bebe água potável, índice que vai passar para 65%, quando o novo sistema de Corumana estiver concluído.
Lembre-se que a primeira Conferência Nacional sobre o Saneamento, em Maio de 2014, sob liderança do Governo de Moçambique, concordou em eliminar o fecalismo a céu aberto até 2025 e garantir o acesso universal à água e saneamento até 2030. Aliás, este último ponto faz parte do sexto Objectivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, de que Moçambique é signatário.
Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html