Depois da perseguição aos portadores de albinismo, agora são os calvos as vitimas. O epicentro deste fenómeno é a província da Zambézia. De acordo com a “Voz da América”, 15 túmulos foram vandalizados no distrito de Milange, sendo que os autores desse crime levaram os crânios. A fonte avança que estavam enterrados restos mortais de pessoas que tinham calvície.
Mário Macassa, administrador de Milange, disse que os túmulos de pessoas calvas, que morreram há vários anos, foram violados em vários cemitérios do distrito, motivados pela superstição de que elas seriam fonte de riqueza.
“A população começou a denunciar a exumação de corpos de carecas. Ao todo, 15 túmulos foram violados em Milange”, disse Macassa.
Aquele responsável afirmou que a população, farta das exumações, organizou-se em grupos para proteger os cemitérios, através de vigílias nocturnas, e conseguiu prender um grupo de homens que tentava exumar corpos de carecas.
As autoridades locais iniciaram uma campanha de sensibilização das comunidades para a limpeza dos cemitérios, como forma de eliminar o campo de manobra dos violadores dos túmulos.
“Estão a limpar os cemitérios, porque sem capim, já se pode controlar de longe o movimento estranho nos cemitérios e denunciar”, frisou Mário Macassa, sustentando que o fenómeno está a ser extinto com acções coordenadas entre o Governo e outros sectores.
Ao todo, nove pessoas estão detidas em Milange, indiciadas de exumação de túmulos e ataques aos carecas, e outras já foram julgadas e condenadas por envolvimento na perseguição a calvos.
Desde a eclosão da onda de caça aos calvos em meados de Maio, cinco homens carecas foram assassinados, um dos quais decapitado, nos distritos de Milange e Morrumbala, na Zambézia, de onde avolumam-se crenças de que o uso de órgãos de pessoas calvas em rituais tradicionais pode trazer riqueza.
Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html