Denunciados mais de cinco mil casos de mutilação genital feminina em Londres, entre Abril de 2016 e Março de 2017
O Centro de Informação de Assistência Social e de Saúde, um ramo do departamento de Saúde da Inglaterra (NHS Digital), divulgou 5 391 casos de mutilação genital feminina presenciados na Inglaterra desde Abril de 2016 a Março de 2017.
O relatório anual mostra que 95% das mulheres e meninas foi submetida à mutilação genital antes de ter atingido 18 anos de idade.
Dos casos, 112 referem-se a mulheres e crianças nascidas no Reino Unido e 175 envolvem mulheres vindas da Ásia. Maior parte dos casos foi denunciada, como um dever legal, por parteiras e médicos que trabalham nas maternidades e unidades obstétricas do Reino Unido.
“Requer a coragem para denunciar essas práticas ilegais, pois muitas pessoas sentem vergonha ou medo de ser consideradas traidoras pelos familiares e amigos. Mas todos nós precisamos quebrar o silêncio que cobre a mutilação genital para protegermos mais crianças”, encorajou a NSPCC, uma organização inglesa que visa reconstruir a vida das crianças abusadas e protege-las de mais riscos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mutilação genital femenina é a remoção total ou parcial do clitóris. Mas, também, pode ser considerada como retirada do lábio inferior da vagina com ou sem excisão do lábio superior, assim como toda modificação da genitália feminina sem o propósito médico, incluindo a colocação do piercing, incisão, raspagem e cauterização. Desta prática, pode ocorrer sangramento prolongado, morte, contração de infecções e complicações durante o parto.
As comunidades praticantes da mutilação acreditam que as mulheres mutiladas perdem o desejo de manter relações sexuais fora do casamento, aumentam a fertilidade e que o contacto com a clitóris é fatal para uma criança.
A Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990, considera a mutilação genital feminina um acto de tortura e abuso sexual.
Fonte:O Pais – Internacional