Discursando na 24ª sessão da Assembleia Interparlamentar Ortodoxa que, desde domingo, decorre em Roma, na Itália, a presidente do Parlamento afirmou que o continente precisa, igualmente, empoderar a juventude e as mulheres, que constituem o grosso da população africana.
“Esperamos alavancar as nossas economias, contando com o potencial enorme da juventude e das mulheres africanas, que constituem o grosso da nossa população. O empoderamento destes dois segmentos das nossas sociedades é, sem dúvida, a chave do progresso”, defendeu Verónica Nataniel Macamo Dlhovo na assembleia, em que participa em representação do presidente do Parlamento Pan-Africano, Roger NkodoDang.
Apontou que esforços nesse sentido já estão a ser dados e o exemplo disso é que os chefes de Estado e de Governo da União Africana adoptaram, em 2015, a Agenda 2063, denominada “A África que Queremos”, com vista à transformação económica do continente.
Segundo a presidente da Assembleia da República, esta agenda socioeconómica visa o crescimento e o desenvolvimento sustentável, para a criação de uma África próspera, democrática, de justiça, de Estado de Direito e de paz. Um continente com uma identidade cultural forte, cujo desenvolvimento é dirigido pelos povos.
“No nosso entender, a Agenda de Desenvolvimento Sustentável-2030, adoptada pela Nações Unidas, em 2016, constitui outro instrumento importante que, levado a bom termo, vai criar condições para os nossos países ultrapassarem os desafios resultantes da crise”, acrescentou.
Sobre a sessão da Assembleia Interparlamentar Ortodoxa, que decorre sob o lema “A compreensão do cristianismo sobre a crise global e fórmulas para a sua superação”, disse afigurar-se oportuna, pois permite que os participantes avancem com propostas concretas para minimizar o impacto negativo da crise global, com vista a tornar mais humana a vida de milhões de pessoas afectadas pela pobreza e conflitos no mundo.
É nesta perspectiva que, segundo afirmou, África saúda a Assembleia Interparlamentar da Ortodoxia, por fazer lembrar aos cristãos a sua responsabilidade inegável pois, nos valores fundamentais do cristianismo, o amor ao próximo ocupa um lugar cimeiro e gera a solidariedade para com os pobres e os desfavorecidos.
“Na nossa opinião, no esforço de combate à crise, os cristãos devem seguir os ensinamentos de Cristo, de modo a ensinar através do seu exemplo de concórdia. Como resultado da crise, alguns países em desenvolvimento estão a regredir e o fosso entre os países ricos e pobres aumentou”, lamentou a presidente da Assembleia da República.
Disse que África continuará a defender que a relação multilateral entre os seus países seja a plataforma adequada, para que a agenda global encontre as soluções para os problemas que afectam a humanidade.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/68962-para-por-fim-aos-conflitos-africa-tem-de-recorrer-sempre-ao-dialogo.html