O MINISTRO da Juventude e Desportos, Alberto Nkutumula, disse ontem, em Maputo, que os jovens devem identificar e assumir o seu papel na resolução dos seus problemas, de modo que elas gerem uma transformação positiva nas suas vidas.
Falando na abertura da conferência de reflexão sobre o papel da juventude moçambicana, com o lema “Olhar Moçambique 42 anos depois”, Alberto Nkutumula afirmou que todos actores podem intervir a favor dos jovens, mas eles (os jovens) é que precisam assumir uma posição determinante.
A conferência, de apenas um dia, foi da iniciativa da Televisão de Moçambique (TVM), em parceria com o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e a Comunidade Académica para o Desenvolvimento (CADE).
“Como Governo, reafirmamos o compromisso de tudo fazer para que a juventude seja saudável e digna continuadora dos propósitos das gerações que tornaram Moçambique num destino seguro e louvado no contexto das nações”, disse, acrescentando que a juventude deve buscar o saber fazer e se tornar o reservatório da esperança nacional e internacional.
Sobre os reptos que se colocam aos jovens, o ministro afirmou que cada período da história é caracterizado por desafios específicos, que remetem os membros da comunidade a identificar, de forma colectiva e individual, o seu papel na sua resolução, garantindo o seu bem-estar e o das gerações vindouras.
“Ninguém valoriza melhor a história de um povo senão aquele que, em todos os períodos, assume o papel activo e é parte integrante do seu processo de construção. No país, a juventude tem marcos significativos ao longo de toda a nossa história”, lembrou o governante.
Apontou, como exemplo, o facto de terem sido jovens que, com ousadia, coragem e bravura, levaram a cabo, durante 10 anos, a luta de libertação nacional, porque perceberam que era seu papel libertar a terra e o povo moçambicano do jugo colonial.
Recordou ainda que depois da proclamação da independência, com novos desafios, era preciso construir o desenvolvimento sócio-económico e cultural do país. Foi nesta senda que, segundo disse, surgiu a “Geração 8 de Março”, composta por jovens que identificaram o seu papel e se engajaram nas diferentes frentes, conforme as necessidades do país na altura.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração da TVM, Jaime Cuambe, explicou que a organização da conferência faz jus às atribuições deste órgão de comunicação social que, para além de entreter, é informar e educar a sociedade, no seu estatuto de empresa pública, com responsabilidades na promoção dos valores da moçambicanidade e edificação de uma consciência nacional.
Esclareceu, ainda, que o objectivo geral do encontro era estabelecer pontes entre o passado e o presente para melhor apropriação da história comum, daí as reflexões sobre o papel dos jovens que desencadearam a luta armada de libertação nacional e o contributo da “Geração do 8 de Março” na viabilização dos desafios da independência nacional.
“A nossa expectativa é que esta seja uma oportunidade para aprofundar as várias e ricas lições da luta armada de libertação nacional, bem como os ganhos da sábia decisão do 8 de Março, tomada pelo então Presidente Samora Machel”, disse Jaime Cuambe, para quem são estas experiências que se devem partilhar com os jovens, que são o núcleo privilegiado de transmissão de valores como a unidade, sacrifício, coragem, bravura e valentia.
Presente na cerimónia, o presidente do CNJ, Manuel Formiga, disse que a conferência era uma oportunidade para os jovens se reafirmarem como continuadores do ideal de tornar o país livre, mas desta a libertação deve ser económica, em prol do desenvolvimento nacional.
As reflexões do encontro foram feitas em volta de dois temas, o primeiro “Juventude de 8 de Março: desafios da independência nacional” apresentado por Custódio Voabil e o outro, por António Hama Thay, intitulado “Juventude de 25 de Setembro: desafios da luta de libertação nacional e da independência nacional”.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/69027-jovens-precisam-identificar-solucao-dos-seus-problemas.html