Revista Tempo

Sinistralidade rodoviária em Moçambique configura-se como um problema de saúde pública

Foto de Fim de SemanaAs autoridades de trânsito rodoviário em Moçambique fiscalizaram, em 2016, cerca de 1.2 milhões de veículos, uma acção que resultou na inibição de condução a cerca de 15.4 mil condutores por excesso de velocidade e cerca de 5.1 mil por condução em estado de embriaguez.

Estes dados foram avançados na quinta-feira, 29 de Junho, pela vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, no discurso que marcou a abertura do 1º Workshop sobre Álcool, Condução e Velocidade, um evento organizado pela Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária-AMVIRO.

Para Manuela Rebelo, urge reduzir estas cifras bastante elevadas, que colocam Moçambique numa posição cimeira e incómoda quando se trata de condução sob efeito de álcool e excesso de velocidade, defendendo, como solução, a necessidade de se elevar o nível de responsabilização dos infractores.

“Pela sua gravidade, a situação actual da sinistralidade rodoviária em Moçambique configura-se como um problema de saúde pública, facto que nos remete a uma profunda reflexão sobre as medidas de solução”, considerou.

Ainda neste domínio, Manuela Rebelo recomendou para que as reflexões sobre a sinistralidade rodoviária produzam medidas de solução “e não a repetição de diagnósticos sobre as causas da sinistralidade, pois estas já são do nosso profundo domínio”. A título de exemplo, Manuela Rebelo referiu que o 1º Workshop sobre Álcool, Condução e Velocidade decorre após o Governo ter recebido e analisado a reflexão, feita pelo Instituto Nacional dos Transportes Terrestres-INATTER, sobre a sinistralidade rodoviária no País.

“Como resultado da reflexão, o Governo aprovou, no ano passado, a matriz de acções de promoção da segurança rodoviária a curto, médio e longo prazos, cuja implementação conta com o empenho de todos nós”, disse.

O presidente da AMVIRO, Alexandre Nhampossa, lamentou, por sua vez, o facto de 49% do total de acidentes reportados em Moçambique terem, como principais causas, a condução em estado de embriaguez e o excesso de velocidade. “Estes dois factores ocupam o topo do ranking das principais razões de sinistralidade rodoviária em Moçambique.

As Nações Unidas reconhecem a velocidade excessiva como sendo responsável pela ocorrência de cerca de 1/3 dos acidentes fatais do mundo”, disse. Alexandre Nhampossa assumiu, ainda, que foi com base nestes elementos factuais que a AMVIRO decidiu eleger o álcool e a velocidade como pontos centrais do workshop, “um evento que tem por objectivo a troca de experiências para a redução desta problemática que afecta sobremaneira o nosso País”.

De referir que ainda neste workshop, o vereador para a Área dos Transportes e Trânsito do Conselho Municipal da Cidade de Maputo-CMCM, João Matlombe, anunciou novas medidas que visam, entre outros objectivos, reduzir o índice de sinistralidade nesta urbe.

“Depois de um ano a trabalhar em coordenação com o INATTER e com a Sociedade Civil, iniciamos uma outra etapa, que é da certificação dos motoristas”, avançou Matlombe, tendo anunciado que, a partir de 2018, para o exercício do serviço público, os motoristas para além da carta de condução devem ser certificados pelo município.

“Se o motorista não tiver certificação, infelizmente não poderá exercer esta actividade de transporte público. Acreditamos que esta medida ajudará a aumentar o nível de responsabilidade dos motoristas, mesmo em caso de sinistros”, concluiu o vereador.

@Verdade – Economia

Exit mobile version