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Acidentes de viação reduzem em Moçambique mas o alarme persiste

Foto de Cidadão RepórterEntre 17 e 23 Junho prestes a findar, os acidentes de viação deixaram pelo menos 21 óbitos e outras 61 pessoas feridas, das quais 25 com gravidade, nas estradas moçambicanas, segundo a Polícia. No primeiro trimestre deste ano, morreram 256 pessoas, 801 contraíram ferimentos, das quais 301 com gravidade, devido 380 acidentes de viação. Em 2016, houve 1.371 óbitos e, actualmente, pelo menos cinco pessoas morrem por dia, em Moçambique, por conta de sinistros rodoviários.

No geral, as autoridades que lidam com a matéria concluíram ainda que os acidentes de viação têm estado diminuir no país mas a preocupação permanece, pois o desiderato é não haja nenhuma vítima de automóveis.

As 256 mortes ocorridas no primeiro trimestre do ano em curso reduziram comparativamente a igual período de 2016, em que morreram 345 pessoas em resultado de 503 acidentes de viação.

De acordo com o Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER), se recuarmos no tempo, o quadro acima exposto é ainda pior: 10 mil pessoas morreram nos locais de acidentes, 13 mil contraíram ferimentos graves e 15 mil ligeiros, entre 2011 e 2016.

Neste mesmo período, perto 40 mil cidadãos foram vítimas de carros e 49% dos acidentes tiveram como consequência o excesso de velocidade e a condução sob o efeito de álcool.

Este drama, que pode ser maior se admitirmos que há sinistros rodoviários que não chegam ao conhecimento das autoridades, coloca Moçambique como o quarto pior país da África Austral e só é melhor que a República Democrática do Congo, a Tanzania e o Malawi.

Devido a esta situação, a Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO) organizou, na quinta-feira (29), o 1º workshop sobre “álcool/condução automóvel e velocidade”.

O evento, cuja finalidade era “potenciar as discussões e as possíveis estratégias de mitigação do fenómeno na luta contra a sinistralidade rodoviária e seus efeitos”, foi organizado em com o INATTER, OMS, ISCTEM, entidades públicas, privadas e da sociedade civil nacionais e estrangeiras.

Alexandre Nhampossa, director da AMVIRO, considerou que o número de acidentes de viação está diminuir, de há anos a esta parte, mas a preocupação prevalece porque ainda há muita gente que perde a vida vítima de carros.

Por sua vez, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) disse que, na penúltima semana de Junho deste ano, registou 24 sinistros rodoviários, contra 37 de igual período do ano passado.

O excesso de velocidade, com 13 casos da totalidade dos referidos, a má travessia de peões, o corte de prioridade, o cruzamento irregular, estiveram na origem dos desastres em questão, segundo o Comando-Geral da PRM.

A estas causas, Manuela Rebelo, vice-ministra dos Transportes e Comunicações, que esteve também no encontro do AMVIRO, acrescentou a sonolência, a condução em estado de embriaguez, o mau estado das viaturas, a ultrapassagem irregular, entre outros.

Aliás, na semana transacta, 515 cartas foram apreendidas por condução sob o efeito de álcool e 1.087 livretes também confiscados.

De acordo com as autoridades policiais, os atropelamentos, o choque entre carros, o despiste e capotamento, a colisão entre carros e motociclos, a queda de passageiros são os tipos de acidentes de viação que continuam sem freios.

Dos 44.472 condutores fiscalizados na semana finda, 5.841 foram punidos por violação das regras de trânsito e nove indivíduos detidos por se fazem ao volante sem a documentação para o efeito.

Refira-se que de 17 a 23 de Junho de 2016, os acidentes de viação mataram 28 pessoas e deixaram 64 feridos, dos quais 23 graves.

Na madrugada desta quinta-feira (29), no nó da Macahva, no município de Matola, o cansaço e a distracção por parte de um condutor de camião, que transportava geradores da vizinha África do Sul para o norte de Moçambique, resultaram num acidente de viação do tipo capotamento.

O local do sinistro se deu é uma curva apertada, onde vários automobilistas desatentos tombam.

@Verdade – Nacional

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