No geral, as autoridades que lidam com a matéria concluíram ainda que os acidentes de viação têm estado diminuir no país mas a preocupação permanece, pois o desiderato é não haja nenhuma vítima de automóveis.
As 256 mortes ocorridas no primeiro trimestre do ano em curso reduziram comparativamente a igual período de 2016, em que morreram 345 pessoas em resultado de 503 acidentes de viação.
De acordo com o Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER), se recuarmos no tempo, o quadro acima exposto é ainda pior: 10 mil pessoas morreram nos locais de acidentes, 13 mil contraíram ferimentos graves e 15 mil ligeiros, entre 2011 e 2016.
Neste mesmo período, perto 40 mil cidadãos foram vítimas de carros e 49% dos acidentes tiveram como consequência o excesso de velocidade e a condução sob o efeito de álcool.
Este drama, que pode ser maior se admitirmos que há sinistros rodoviários que não chegam ao conhecimento das autoridades, coloca Moçambique como o quarto pior país da África Austral e só é melhor que a República Democrática do Congo, a Tanzania e o Malawi.
Devido a esta situação, a Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO) organizou, na quinta-feira (29), o 1º workshop sobre “álcool/condução automóvel e velocidade”.
O evento, cuja finalidade era “potenciar as discussões e as possíveis estratégias de mitigação do fenómeno na luta contra a sinistralidade rodoviária e seus efeitos”, foi organizado em com o INATTER, OMS, ISCTEM, entidades públicas, privadas e da sociedade civil nacionais e estrangeiras.
Alexandre Nhampossa, director da AMVIRO, considerou que o número de acidentes de viação está diminuir, de há anos a esta parte, mas a preocupação prevalece porque ainda há muita gente que perde a vida vítima de carros.
Por sua vez, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) disse que, na penúltima semana de Junho deste ano, registou 24 sinistros rodoviários, contra 37 de igual período do ano passado.
O excesso de velocidade, com 13 casos da totalidade dos referidos, a má travessia de peões, o corte de prioridade, o cruzamento irregular, estiveram na origem dos desastres em questão, segundo o Comando-Geral da PRM.
A estas causas, Manuela Rebelo, vice-ministra dos Transportes e Comunicações, que esteve também no encontro do AMVIRO, acrescentou a sonolência, a condução em estado de embriaguez, o mau estado das viaturas, a ultrapassagem irregular, entre outros.
Aliás, na semana transacta, 515 cartas foram apreendidas por condução sob o efeito de álcool e 1.087 livretes também confiscados.
De acordo com as autoridades policiais, os atropelamentos, o choque entre carros, o despiste e capotamento, a colisão entre carros e motociclos, a queda de passageiros são os tipos de acidentes de viação que continuam sem freios.
Dos 44.472 condutores fiscalizados na semana finda, 5.841 foram punidos por violação das regras de trânsito e nove indivíduos detidos por se fazem ao volante sem a documentação para o efeito.
Refira-se que de 17 a 23 de Junho de 2016, os acidentes de viação mataram 28 pessoas e deixaram 64 feridos, dos quais 23 graves.
Na madrugada desta quinta-feira (29), no nó da Macahva, no município de Matola, o cansaço e a distracção por parte de um condutor de camião, que transportava geradores da vizinha África do Sul para o norte de Moçambique, resultaram num acidente de viação do tipo capotamento.
O local do sinistro se deu é uma curva apertada, onde vários automobilistas desatentos tombam.