Revista Tempo

Crise política na Guiné-Bissau: Políticos dão pouca fé à declaração do PR

A POSSIBILIDADE de convocação de eleições legislativas antecipadas admitida, na segunda-feira, pelo Presidente da Guiné-Bissau, mereceu terça-feira a reacção de diferentes líderes políticos, considerando muitos não passar de uma “manobra” de José Mário Vaz.

Num encontro, na segunda-feira, com líderes da comunidade muçulmana, o Presidente bissau-guineense anunciou que poderá ter de convocar eleições legislativas antecipadas caso não haja um entendimento entre os actores políticos dentro dos próximos 90 dias.

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, lamentou que o Presidente “só chegue a esta conclusão agora” e reiterou a necessidade de ser cumprido o Acordo de Conacri, que prevê a formação de um Governo consensual com todas as forças políticas com assente no parlamento bissau-guineense.

Tomé Vaz, secretário-geral do Partido Resistência da Guiné-Bissau (RGB), disse que caso persista o impasse, Mário Vaz “será obrigado a convocar eleições antecipadas”.

Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), afirmou que o Presidente “apenas quer ganhar mais tempo” para não aplicar o Acordo de Conacri e só marcar eleições justamente no período regular previsto na lei, isto é em meados do próximo ano.

O presidente do Movimento Patriótico (MD), disse, por seu lado, que não entende porque é que o Chefe de Estado “mesmo sabendo que dificilmente haverá consenso” entre os actores políticos sobre a governação do país “insiste em só tomar uma decisão” daqui a três meses sobre a convocação de eleições.

“Há muito que andamos a dizer, perante as circunstâncias, que o Presidente só tem que convocar novas eleições e devolver a palavra ao povo”, enfatizou Paulo Semedo.

O líder do Movimento Democrático da Guiné (MDG) afirmou que “com a situação actual” não são as eleições que vão resolver o problema do impasse político. Silvestre Alves entende que o país devia era promover reformas da lei eleitoral e da própria Constituição.

Os partidos RGB, PUN, MD e MDG, não têm representação no Parlamento. – LUSA

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/internacional/68991-crise-politica-na-guine-bissau-politicos-dao-pouca-fe-a-declaracao-do-pr.html

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