O Fundo Monetário Internacional (FMI) teve suspeitas sobre os empréstimos escondidos de Moçambique quase um ano antes que o Governo finalmente admitisse que tinha dívidas não reveladas, escreve a Bloomberg.
As comunicações, vistas pela Bloomberg e confirmadas pelo FMI, mostram, pela primeira vez, como o fundo procurou descobrir o que chama de esconderijo do Estado sobre os seus empréstimos em Maio de 2015.
A divulgação final do Governo, em Abril de 2016, de mais de USD 1 bilião anteriormente não revelado levou o FMI e 14 países doadores a congelar o auxílio ao Orçamento do Estado e programas de ajuste macroeconómico. A taxa de crescimento de Moçambique encolheu quase metade para 3,4% e caiu 49% em relação ao dólar em 2016, em parte por causa da descoberta das dívidas, refere a Bloomberg.
Numa troca de e-mail, o representante do fundo em Moçambique enviou consultas a um funcionário do Ministério das Finanças, em maio de 2015, sobre um empréstimo de USD 372 milhões através do Credit Suisse Group AG para a empresa estatal de segurança ProIndicus.
O FMI queria saber se a dívida era parte de um crédito já público de USD 850 milhões para a empresa de pesca estatal Ematum, alertando que poderia ser um caso de denúncia incorreta ao conselho do FMI se o empréstimo não tivesse sido previamente declarado.
O ministério reconheceu o recebimento do e-mail e encaminhou mais perguntas ao presidente do ProIndicus, António do Rosário.
Fonte: O Pais -Economia