O país parou ontem para celebrar 42 anos da Independência Nacional, proclamada a 25 de Junho de 1975, no Estádio da Machava, pelo então Presidente Samora Machel. Para marcar a efeméride, as cerimónias centrais tiveram lugar na Praça dos Heróis, em Maputo, com a deposição de coroa de flores. A cerimónia foi dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e contou com a participação dos antigos presidentes da República, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, titulares dos órgãos de soberania, membros do Governo, oficiais superiores das Forças de Defesa e Segurança, diplomatas, antigos combatentes, dirigentes e antigos dirigentes de instituição públicas e privadas.
Na ocasião, o Chefe de Estado destacou o sacrifício dos que deram a vida pela libertação do país e assim “os moçambicanos conquistaram a independência e a liberdade de escolher o seu próprio destino. Com seu sangue solidificam esta nação que nenhum tirano voltará a escravizar. Celebramos a moçambicanidade que se alicerça nos actos de cada um de nós” disse Filipe Nyusi.
O Presidente da República destacou que este ano está a ser marcado pela retoma da economia nacional, depois de quase dois anos de recessão, sendo que o Produto Interno Bruto deverá crescer 5,5% contra 3,8% do ano passado. Até ao primeiro trimestre a inflação atingiu 21.7% abaixo dos 25.27% do ano passado. O Chefe de Estado citou ainda a melhoria das Reservas Líquidas Internacional que, até aos finais do ano passado, se situavam nos 1,8 mil milhões de dólares, que asseguravam 3,5 meses de importações, mas agora subiram para 1 961 milhão de dólares, acima do planificado e suficiente para importar bens e serviços durante 5,4 meses. A taxa de câmbio que reduziu de 80 meticais cada dólar norte-americano, em finais do ano passado, para cerca de 60 meticais, actualmente, mostra, segundo Filipe Nyusi, que “a nossa economia está de volta ao caminho de crescimento”. Este ano, o Governo espera ver a produção agrícola crescer a níveis jamais registados nos últimos 20 anos.
Relatório de Auditoria à EMATUM, MAM e ProIndicus
O Chefe de Estado falou ainda do relatório de auditoria sobre as chamadas dívidas ocultas publicado, sábado, pela Procuradoria-Geral da República, tendo dito que as recomendações do mesmo poderão contribuir para o fortalecimento do sistema de controle e gestão de finanças públicas do nosso país, sobretudo a gestão transparente da coisa pública e a responsabilização. “Acreditamos que a Procuradoria-Geral da República saberá dar seguimento às recomendações do relatório de auditoria, no quadro das suas competências e do seu mandato. Reiteramos que o governo da República de Moçambique irá conceder todo o apoio institucional à PGR para implementação das recomendações da auditoria” disse o Presidente da República, que espera que com a divulgação do relatório, os avanços no diálogo político com a Renamo para o restabelecimento da paz efectiva e a recuperação da economia ajudem a restaurar a confiança da comunidade internacional e dos investidores.
Avanços no diálogo
O Presidente da República anunciou igualmente avanços no diálogo com a Renamo e informou que, até ao final do dia de hoje (segunda-feira), as Forças de Defesa e Segurança deverão retirar-se das seguintes posições na serra da Gorongosa: Nhantaca, Mucodza, Nhancunga, Mapangapanga, Namadjiua, Nhautxendje, Lourenço e Nhalioza. O objectivo é aprofundar a confiança entre as partes e acelerar os avanços no diálogo. Filipe Nyusi disse também que, neste momento, está em discussão a proposta legislativa para o aprofundamento da descentralização e que, nos outros aspectos em debate, já foram alcançados entendimentos importantes.
Fonte: O Pais -Politica