O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta terça-feira para discutir a situação humanitária na Ucrânia. A subsecretária-geral interina para Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, destacou que, dois anos e meio após a escalada do conflito, “a situação só continua a piorar”, com um número crescente de mortos e níveis de sofrimento humano considerados “intoleráveis”.
Segundo estimativas do Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, mais de 11,7 mil civis foram mortos e cerca de 24,6 mil ficaram feridos desde o início da invasão em larga escala pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
Continuação do conflito
Msuya adicionou que milhões de ucranianos vivem com medo constante, enfrentando diariamente a morte e a destruição provocadas pelos ataques.
Segundo ela, quase metade dos residentes da cidade da linha de frente foi evacuada nas últimas duas semanas, de acordo com as autoridades regionais de Donetsk.
A subsecretária-geral acrescentou que vários hospitais da região também foram forçados a se mudar, levando a uma escassez de serviços médicos em meio às crescentes necessidades dos residentes restantes.
Segundo dados citados pela chefe interina do Ocha, autoridades russas afirmam que pelo menos 130 mil civis foram obrigados a sair desde o início da operação militar da Ucrânia na região de Kursk, em 6 de agosto. A mídia relata mortes de civis e danos à infraestrutura civil.
Ajuda humanitária
A ONU e seus parceiros têm trabalhado para oferecer assistência humanitária às vítimas do conflito. Nos primeiros sete meses de 2024, cerca de 6,2 milhões de pessoas receberam algum tipo de ajuda.
No entanto, ela alertou que o avanço das linhas de frente tem tornado as operações humanitárias cada vez mais perigosas, colocando os trabalhadores humanitários em risco de graves ferimentos. Joyce Msuya pediu acesso humanitário às áreas sob controle russo.
Nesta segunda-feira, o Programa Mundial de Alimentos afirmou que dois drones atingiram um ponto de distribuição em Kherson, onde um parceiro distribuía alimentos a famílias. Um voluntário foi ferido e os suprimentos foram destruídos.
A reunião foi convocada a pedido da Ucrânia e apoiada pelos membros do Conselho, Equador e França. O encontro segue relatos de ataques recentes que causaram grande número de vítimas civis e destruição de infraestrutura em várias cidades, incluindo Kiev, Kharkiv, Zaporizhzhia, Lviv e Dnipro.
Fonte: ONU