O município de Pemba, a capital da província de Cabo Delgado, não tem dinheiro para reabilitar as ruas da cidade, algumas das quais, estão intransitáveis, há vários anos. A situação é considerada grave e mais crítica na baía da cidade, a zona histórica da baía, onde algumas ruas construídas na época colonial estão a desaparecer.“Aqui na cidade velha há ruas que nunca foram reabilitadas desde que foram construídas por volta de 1956, quando Pemba passou a ser considerada cidade. Algumas já nem são usadas, há muito tempo, e a cada dia que passa estão a desaparecer por falta de manutenção. Essa que vai ao porto de Pemba, por exemplo, é uma via importante para economia da cidade, mas hoje está em péssimas condições e tudo indica que um dia vai ficar intransitável”, alertou Abdul Anza, um residente de Pemba.O problema de vias de acesso é antigo e afecta todos os bairros da cidade, onde quase todas ruas têm buracos, no entanto, a situação é considerada ainda mais grave nos subúrbios da baía, onde todas vias de acesso são de terra batida, e são ainda piores do que as do centro da cidade.“Aqui em expansão, por exemplo, todas ruas deviam ter pavê, assim como lá o centro da cidade, mas até hoje só tem terra batida, e nem sabemos se um dia vamos ter asfalto ou pavê”, reclamou Rosa da Silva, residente de um dos subúrbios de Pemba.Para evitar o agravamento da situação e garantir a circulação de pessoas e bens na cidade, a autarquia teve de recorrer aos parceiros. Estes disponibilizaram material e equipamentos que, actualmente, estão a ser usados para pequenas intervenções de emergência nas vias consideradas críticas.“Nós planificamos cerca de quinze quilômetros entre urbanas e periurbanas para minimizar o problema. Nas vias urbanas asfaltadas, tapamos alguns buracos com cimento enquanto se aguarda pelos fundos para aquisição de asfalto. Nas periurbanas estamos a fazer a reposição de solos e terraplanagem. Tudo isso, estamos a fazer com ajuda de parceiros que se juntaram ao município para melhorar a mobilidade urbana e mudar um pouco a imagem da cidade” revelou Silvetre Macie, Vereador de Infraestruturas.Alguns cidadãos reconhecem melhorias nas vias de acesso quando comparado com a época chuvosa, e estão conformados com o tapamento de buracos e a terraplanagem, mas outros, especialmente os que vivem nos subúrbios da cidade, continuam inconformados e pedem asfalto ou pavê.“Todos os anos raspam as estradas, mas pouco tempo depois voltam a ter buracos. O que queremos agora é pavê ou asfalto, assim como esta acontecer na cidade de Montepuez, onde está tudo bonito”, exigiu Agostinho Sabao, residente de Pemba que, para além do mal estado das vias, já não suporta mais a poeira levantada pelas viaturas que circulam nos subúrbios da cidade.Quase todas pessoas que vivem em Pemba querem asfalto ou pavê, para os subúrbios deixarem de ser subúrbios, mas o maior sonho da população, e a estrada ANE CHUIBA, um projecto adormecido mas que se for concluído será a mais larga e longa avenida construída na baía desde a independência de Moçambique, em 1975.“Todos nós que vivemos aqui na expansão estamos a espera da estrada ANE CHUIBA, mas desde que começou nunca acaba, e o pior de tudo é que a estrada está fechada, há muito tempo”, disse Aniceto Mucaveia, residente do bairro Eduardo Mondlane.As obras da estrada ANE CHUIBA estavam avaliadas em 400 mil dólares norte americanos, desolados pelo Instituto Nacional de Petróleos, e caso seja concluída, além de ser a mais longa, será também a primeira avenida com quatro faixas e dois sentidos a ser construída em Pemba depois da independência de Moçambique.Silvestre Macie, Vereador de infraestruturas do Conselho Autárquico de Pemba, prometeu que, em breve, o governo se vai pronunciar em relação a estrada ANE CHUIBA.“Com relação a estrada ANE CHUIBA, ainda há um processo em curso em termos de procedimentos administrativos e vamos nos pronunciar oportunamente ainda estamos a trabalhar com o governo ao nível provincial e central, a quem cabe junto do município avaliar a viabilidade deste projecto, mas por sermos um governo e com responsabilidades, pedimos a população para nao perder a esperança porque as coisas vão acontecer , o problema agora é saber quando e como vamos fazer as coisas”.A solução do problema de vias de acesso em Pemba está muito longe do fim, e o município esta numa situação considerada complicada, afinal prometeu melhorar as ruas da cidade, mas ate hoje, não tem dinheiro, nem para continuar com as obras paralizadas, muito menos para manter as poucas que existem, algumas das quais construídas há quase cinquenta anos.
Fonte:O País