A TOLERÂNCIA e reconciliação são dois vectores que devem ser cultivados pelos moçambicanos para o alcance da paz no país, que vai permitir um rápido crescimento socioeconómico, não só de Moçambique, como também da região Austral de África, segundo disse ontem, em Tete, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Falando num comício popular, na vila de Chitima, sede distrital de Cahora-Bassa, no início de uma visita de trabalho de três dias à esta província, o Chefe do Estado afirmou que o restabelecimento da paz não depende de um grupo de pessoas, mas sim de todos cidadãos deste país que devem se envolver, efectivamente, na busca de um clima saudável e de convivência pacífica, onde o diálogo a todo os níveis e uma cultura de tolerância e reconciliação são respeitados.
“Diálogo sim, ao nível das lideranças, mas é fundamental o envolvimento igual em todos níveis da sociedade”, sublinhou Filipe Nyusi.
O Chefe do Estado acrescentou que o facto de tolerar o pensamento oposto de uma pessoa significa um passo na criação da paz e sossego no país, porque este espírito leva à reconciliação.
Durante a sua intervenção, o Presidente da República lamentou o facto de haver algumas pessoas no país que estão a promover outras acções nas comunidades para fazer desacreditar os esforços empreendidos pelo Governo tendentes ao alcance da paz e da independência económica.
“Estamos perante uma outra guerra silenciosa promovida por pessoas que passam a vida a intimidar a população para não acatar as mensagens do Governo, ameaçam para a não produção de comida nas machambas, criando uma desestabilização no seio das comunidades” apontou Filipe Nyusi.
Com efeito, o mais alto magistrado da nação apelou à população para estar vigilante e denunciar estes promotores da guerra silenciosa, acrescentando que “não podemos permitir que existam pessoas que não fazem praticamente nada a não ser promover acções de desestabilização e a matar outros cidadãos”.
Filipe Nyusi pediu à população para aumentar as áreas de produção e elevar os níveis de produtividade, principalmente de culturas alimentares para o combate à fome e geração de renda, para as famílias, através da comercialização do excedente.
“A província de Tete é rica em gado caprino, por isso cada família deve pelo menos criar três cabeças desta espécie para ajudar a renda familiar, educação dos filhos e outras despesas pontuais”, instou Nyusi.
Ele criticou algumas seitas religiosas que estão a incutir ideias maléficas nas comunidades para impedirem as crianças e adultos de frequentar a escola e/ou de recorrer ao hospital em casos de doenças.
Ainda em Chitima, o Chefe do Estado orientou a sessão extraordinária do Governo provincial alargada aos administradores e outros quadros, empresários e entidades influentes na província de Tete.
Para além de uma visita à feira agro-pecuária, Filipe Nyusi visitou a empresa de pesca MoZambeze na localidade de Nhabandu, ao longo da albufeira de Cahora-Bassa, no distrito do mesmo nome. Hoje, trabalha na localidade de Kassuende, no distrito de Marávia, junto à fronteira com a Zâmbia.
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/69039-nyusi-pede-tolerancia-para-o-alcance-da-paz.html