Dívida pública cresce a níveis recorde na África Subsaariana, colocando em risco o desenvolvimento

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A África Subsaariana tem visto um aumento preocupante no seu rácio dívida/PIB, que atingiu o pico de 245% da produção económica em 2024, representando um crescimento de 25 pontos percentuais em relação ao período anterior à pandemia da COVID-19. Este aumento foi amplamente impulsionado pelas necessidades emergenciais de financiamento durante a pandemia e pelos impactos da guerra na Ucrânia, que pressionaram as economias da região com o aumento dos preços de alimentos e combustíveis.

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) alerta que os elevados níveis de dívida, agora agravados pelo custo crescente do serviço da dívida, estão a comprometer os orçamentos públicos e a dificultar os investimentos essenciais em setores como a saúde, educação e infraestruturas. A dívida nominal na África Subsaariana triplicou desde 2010, atingindo US$ 1,14 biliões em 2022, segundo o Banco Mundial.

Este endividamento crescente coloca 22 países da região em alto risco de stress de dívida ou já em incumprimento, segundo o FMI. Além disso, as recentes subidas das taxas de juro globais, lideradas pela Reserva Federal dos EUA, aumentaram os custos de financiamento externo, colocando mais pressão sobre os governos da região, que dependem fortemente de credores comerciais.

A situação actual representa um desafio adicional para o financiamento da transição energética, uma prioridade global no combate às alterações climáticas. O IIF prevê que mais de um terço do aumento projetado da dívida global até 2050 estará relacionado a investimentos na transição energética, o que coloca uma pressão adicional sobre os países da África Subsaariana, que já enfrentam dificuldades para financiar o desenvolvimento sustentável.

Com este cenário, tanto o FMI quanto o Banco Mundial reforçam a necessidade de reformas fiscais robustas, maior transparência na gestão da dívida e a busca por fontes de financiamento mais sustentáveis. Sem estas medidas, os países da África Subsaariana enfrentam o risco de verem os seus esforços de desenvolvimento retroceder, comprometendo os ganhos sociais e económicos alcançados nas últimas décadas.

Fonte: O Económico

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